O jornalista e professor Celso Unzelte, generosamente, escreveu o prefácio do livro “Quando o futebol não é apenas um jogo”, de Gustavo Gustavo Hofman. Abaixo você tem a oportunidade de ler na íntegra o texto.
“Jornalista. Sempre à procura de boas histórias. É assim — e também como “pai do Victor”, “ex-jogador de basquete na base” e “comentarista dos canais ESPN” — que Gustavo Hofman se autodefine em sua conta no twitter. Onde, aliás, costuma driblar inteligentemente a exiguidade dos 140 caracteres remetendo os seguidores para seu blog por intermédio de links, só para poder contar melhor essas histórias que tanto procura.
Isso é “modéstia à parte” do Gustavo, como diria o meu velho amigo Lemyr Martins, histórico repórter da Placar dos anos 70 e outro grande contador de histórias esportivas, parafraseando o “causo” do jogador de futebol que não tinha a mínima ideia do que a expressão “modéstia à parte” significava, mas mesmo assim gostava de usá-la como sinônimo de modéstia. Outra história daquelas que, tenho certeza, o próprio Gustavo Hofman gostaria de contar. Mas, nesse caso (ou nesse “causo”), é modéstia do Gustavo, mesmo — embora não seja “à parte”, como queria o cracão não identificado dos anos 70.
É modéstia porque, tanto aqui quanto em suas tribunas eletrônicas e virtuais, Gustavo Hofman não se limita a procurar (e a colher) histórias, como escreveu lá no seu perfil no twitter. Ele faz muito mais do que isso. Conta-as com a graça e a leveza exigidas desde sempre, aliando-as às necessidades, principalmente as mais imediatas, desses tempos, de globalização, da Era da Informação, que estamos vivendo.
Por isso, quando o Gustavo me falou da intenção de reunir esse material em livro, vibrei. Primeiro, como leitor assíduo dessas histórias que ele costuma caçar para nós. Depois, porque tinha certeza de que o livro ia sair do jeito que saiu: despido de qualquer preconceito.
O autor gosta tanto do futebol, mas principalmente de tudo que esse esporte inspira e pode representar, que, para ele, um fato acontecido em uma final da Liga dos Campeões merece a mesma atenção de outro ocorrido “no mais remoto local”, só para eleger outra de suas expressões típicas. Do time galês cujo nome se escreve utilizando 58 letras, das quais 40 são consoantes e eu não me atreverei a tentar reproduzir aqui, ao clube sueco que representa a Assíria, povo que não tem território mas tem seu time de futebol, Gustavo passeia com desenvoltura da semântica à geografia, da política à produção de cerveja. Evoca jogos infanto-juvenis como War, detalha o dia a dia de um técnico brasileiro no comando da Líbia em plena revolução. Consegue ser, enfim, universal. Como é o próprio futebol, matéria prima deste livro e da própria vida.”