Gustavo Hofman nasceu em Belo Horizonte, mas cresceu em Campinas. É formado em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (Pucamp/SP) e tem pós-graduação em Comunicação e Marketing pela Faculdade Cásper Líbero (SP). Antes de ser jornalista, jogou basquete pela Sociedade Hípica e pelo Tênis Clube, ambos de Campinas, tendo disputado os campeonatos paulistas da base entre 1994 e 1998. Começou a carreira em sites e revistas customizadas de Campinas. Já como repórter, ingressou no jornal Folha de S.Paulo e pouco tempo depois foi contratado pelo portal Terra, exercendo a mesma função. Em 2005 foi editor do site e repórter da revista Trivela. É comentarista dos canais ESPN. “Quando o futebol não é apenas um jogo” é seu primeiro livro.
Fale um pouco sobre os primeiros passos de sua relação com o futebol.
Acho que como qualquer brasileiro, minha relação com futebol começou quando era criança ainda. Sempre gostei de jogar e era fanático pelo meu time. Como sempre frequentei estádios, a relação se tornou muito mais próxima e marcou demais minha vida.
Como surgiu a ideia de escrever “Quando o futebol não é apenas um jogo”?
Foi no ano passado. Sempre gostei das histórias do futebol, dos fatos inusitados. Sempre olhei para o futebol com outros olhos, nunca vi esse esporte apenas como um jogo. Assim, consigo descobrir histórias de países pelo futebol, conflitos seculares, enfim, abordar vários assuntos através do futebol. E nos últimos anos fiz muito isso, primeiro na Trivela e agora na ESPN, com textos para o meu blog e matérias para a TV. Decidi, então, reunir algumas das melhores histórias em um livro.
O que o leitor vai encontrar?
Histórias que mostram como o futebol é muito mais do que um jogo! Curiosidades, como o time com o nome impronunciável para nós do País de Gales, a superação que precisou ter Edin Dzeko para virar jogador profissional na Bósnia em guerra, o brasileiro que estava no comando do futebol da Líbia em plena revolução… Histórias curiosas, apaixonantes, que mostram o lado espetacular desse jogo.
Além dos deliciosos textos,a obra tem muitas fotos. Como foi a decisão do livro ser fartamente ilustrado?
Em todas histórias eu tenho algo para contar. Não é um livro de pesquisa, e sim de experiências pessoais e jornalísticas. Então, na maior parte dos casos eu visitei os locais, fiz entrevistas, e as fotos ilustram bem algumas situações. Como em Sarajevo, por exemplo. Quando falo sobre as enormes manchas brancas na cidade, o leitor pode visualizá-las através das imagens. São enormes cemitérios que marcam Sarajevo.
Você diria que, nos países que possuem menos tradição no futebol, a torcida é mais animada e participativa?
Não faço necessariamente essa relação. Acho que países que sofreram com guerras, conflitos, têm no futebol uma forma de expressão para todo o planeta ou um nicho específico. Daí, naturalmente, a paixão pelo time, o fanatismo ficam maiores.
O Brasil tem o que aprender, seja dentro ou fora de campo, com os menos badalados?
Acho que todos sempre têm algo a aprender. Uma das histórias do livro é sobre o Austria Salzburg, da terceira divisão austríaca, clube fundado por torcedores que se revoltaram com a venda do clube original para a Red Bull. Mesmo em divisões inferiores, é um time extremamente organizado. E disso podemos tirar muita coisa.
Para encerrar, que palavras você diria para os apaixonados pelo futebol?
O futebol é apaixonante por causa de vocês. Os torcedores são a alma desse esporte.